quinta-feira, 26 de abril de 2018

O Duplo Padrão de Dani Suzuki


O Duplo Padrão de Dani Suzuki: Exército Israelense é “Desumano” com Crianças Palestinas




A atriz Dani Suzuki fez um post no seu perfil da rede social Instagram, acusando o Exército de Israel (IDF) de maltratar menores palestinos que vão à julgamento e/ou prisão em Israel, e questionando os motivos pelos quais estas crianças são detidas:


Gostaríamos de esclarecer à atriz e seus seguidores, em primeiro lugar, que Jerusalém Oriental foi anexada por Israel em 1980 e, portanto, todos os árabes vivendo ali são residentes de Israel e estão sujeitos às leis israelenses (mesmo aqueles que até hoje não aceitaram a cidadania oferecida por Israel). Portanto, árabes, cidadãos ou não de Israel, vivendo em Jerusalém Oriental, não estão sujeitos a nenhum tribunal ou legislação militar, apenas civil, e o afirmado pela atriz no caso, está incorreto.

Isso não ocorre com os palestinos da Cisjordânia – adultos e crianças – que vivem sob as leis civis da Autoridade Palestina. Estes estão sujeitos à corte militar israelense, um requisito da lei internacional.

Menores palestinos entre 12 e 18 anos estão sim sujeitos à detenção e julgamento militar de acordo com as violações que cometeram. Qualquer país tem suas leis para menores infratores, com Israel não seria diferente; Com menores israelenses infratores também não é diferente.

Apedrejar, lançar coquetéis molotov, lançar pneus em chamas, são exemplos de infrações que levam à detenção tanto de adultos quanto de menores palestinos. Apedrejamentos são considerados perigosos e com o potencial de machucar e até matar alguém. Quem apedrejou pode pegar de 3 a 20 anos de prisão dependendo do alvo e dano. Segundo a lei israelense, até 10 anos de prisão para apedrejamento de veículos civis (que já levaram carros a perder o controle e subsequente morte de passageiros) e até 20 anos para apedrejamento de pessoas e veículos civis com intenção comprovada de machucar. Apedrejamentos contra policiais ou carros policiais podem levar o autor a até 5 anos de prisão.

Suzuki não explica, não separa casos, apenas generaliza e usa o falso e extremo exemplo de pedras contra “tanques blindados” para piorar o cenário. Além de utilizar a palavra “criança” quando nem todos o são. Quem são exatamente essas “crianças” as quais a atriz se refere? Muitas vezes, são jovens engajados nas mesmas atividades terroristas que palestinos legalmente considerados adultos.

Israel não prende arbitrariamente menores sem motivos. Não são apenas em apedrejamentos que menores palestinos estão envolvidos.

Alguns exemplos concretos:

Ahed Tamimi, jovem palestina de 17 anos, pegou 8 meses de prisão no início do ano não só por chutar, empurrar, morder e esbofetear soldados israelenses (algo proibido em qualquer lugar do mundo), como também por incitar a atentados terroristas contra israelenses.

Em 2011, Hakim Awad e seu primo, palestinos de 17 e 18 anos, assassinaram brutalmente a família Fogel enquanto dormia. Nenhuma misericórdia foi mostrada para Hadas, de 3 meses, seus dois irmãos (de 4 e 11 anos) e seus pais. A cena do crime, incluindo a cabeça decepada da bebê, deixou até mesmo os mais experientes policiais arrasados. A dupla confessou orgulhosamente o crime, e eles não mostraram nenhum remorso subsequente.


Família Fogel.
 Entre 2000 e 2004, 292 menores palestinos participaram de atividades terroristas. Imagens chocantes de crianças palestinas vestidas com coletes explosivos são apenas a ponta da indústria de ódio a qual as crianças palestinas estão expostas. Ismail Tsabaj, de 12 anos, Azi Mostafa, de 13, e Yousuf Basam, de 14, foram enviados pelo Hamas em uma missão assustadoramente semelhante à que envolveu os Fogels, com o objetivo de penetrar em uma casa judaica à noite e abater uma família em suas camas. Neste caso, a IDF felizmente as prendeu a tempo.



Mohammad Tra’ayra, terrorista palestino de 17 anos que matou Hallel Yaffa Ariel, de 13, enquanto ela dormia, em 2016.

Sobre o tratamento que Suzuki alega que “crianças” palestinas recebem sob custódia israelense: Há muitos depoimentos, mas há também muita investigação para verificar a veracidade desses depoimentos. Quando um menor é preso, a lei é clara: nenhuma tortura ou humilhação é permitida, nem confinamento solitário para induzir uma confissão. Além disso, a Cruz Vermelha Internacional trabalha com a IDF para acompanhar prisioneiros palestinos e garantir que não há infrações da lei. Há também um tribunal juvenil especial para garantir atendimento profissional aos menores em detenção. Essas e outras medidas conseguiram facilitar os procedimentos legais para menores e reduziram quase pela metade sua duração.

Fotos sem contexto

O post de Dani Suzuki veio acompanhado de 5 fotos de crianças e adolescentes palestinos que estariam detidos pelo exército israelense.

A primeira foto é completamente cortada, impossibilitando o entendimento de onde estas crianças estão e o que está acontecendo naquele momento. A quarta foto mostra Ahed Tamimi quando tinha 11 anos (2012) chorando após a detenção de um dos membros de sua família. Ela não havia sido detida ou maltratada, apenas recuada por um soldado. As outras três fotos que mostram meninos sendo levados pela IDF não provém contexto algum do que aconteceu antes e depois do momento fotografado. Estes meninos atiraram pedras? Foram detidos numa tentativa de dispersão de tumulto? Foram soltos depois? O que fizeram? O que não fizeram? Por que foram levados? Será que eles seguiram o passo-a-passo divulgado pelo Fatah no Facebookensinando às crianças como atirarem pedras com precisão?



Assim como ocorre em sites de notícia, também nas redes sociais, fotos que carecem de contexto e maiores informações não permitem que o seguidor entenda o que está acontecendo ali e ele acaba tirando conclusões simplistas guiadas pelo perfil emotivo que acompanha imagens de crianças e adolescentes em quaisquer ocasiões.

A IDF sabe que seus soldados não são perfeitos, para tanto o tribunal militar israelense julga e condena frequentemente soldados que infringiram as leis do exército de conduta. O que não ocorre do lado palestino cujos mártires que assassinam crianças israelenses viram heróis e motivo de festejos e distribuição de doces nas ruas.


Dois pesos, duas medidas… Não só de jornais, mas também de artistas.

Concordamos com a atriz que criança não é instrumento de uso político, bomba ou objeto de troca de poder. Mas parece irônico que ela faça esta declaração baseada no tratamento israelense de crianças palestinas sem ao menos mencionar uma única vez quem usa constantemente as crianças palestinas com estes objetivos: as próprias lideranças palestinas. O Hamas e outras organizações terroristas não se cansam de usar crianças como escudos humanos. Eles constróem arsenais embaixo de escolas, colocam crianças em telhados em áreas onde a IDF previamente avisa que serão bombardeadas, colocam crianças como telespectadores do lançamento de foguetes, colocam milhares de crianças em “campos de verão” onde elas aprendem a se tornarem mártires…

Crianças no “campo de verão” do Hamas.
 
Pais palestinos também já foram filmados colocando seus filhos pequenos em situações de risco apenas para conseguirem propaganda negativa contra o Exército de Israel.

Onde estão as influentes vozes dos artistas para condenar tamanho desrespeito das lideranças e pais palestinos com seus jovens e crianças?

A discussão sobre menores detidos é, sem dúvida, sensível e emotiva. No entanto, ela deve ser realizada de uma maneira precisa e correta, de forma que evite demonizar Israel e suas instituições. Usar o pequeno espaço de uma rede social para fazer posts generalizados e distorcidos, ainda mais sendo atores e atrizes figuras públicas cujas vozes atingem muitas pessoas, resulta em uma imagem completamente tendenciosa e parcial dos acontecimentos.

Talvez Daniele Suzuki pudesse usar seu próprio conselho de pesquisar sobre o assunto, mas não nas mídias internacionais, de onde talvez ela tenha tirado as informações de seu post, e sim in loco: visitar Israel e os territórios palestinos, e suas respectivas forças militares e aí sim tirar conclusões e compartilha-lás com seus seguidores.



terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Desmentindo o “Panorama Histórico da Palestina” da TV Cultura

Desmentindo o “Panorama Histórico da Palestina” da TV Cultura

BY TAMARA STERN  DECEMBER 19, 2017




No dia 13 de dezembro, o Jornal da Cultura trouxe a professora Arlene Clemesha para explicar 4 mapas da antiga Palestina/Israel que o programa chamou de “Panorama Histórico da Palestina”. Segundo o apresentador Willian Corrêa, era preciso voltar a 1946 para “explicar melhor o que está acontecendo em Israel” agora, com a decisão de Trump sobre Jerusalém:



Coincidentemente, os mapas acima, mostrados no telejornal, são os mesmos que aparecem no famoso e falso mapa da “perda de terra palestina” de 1946 até a atualidade, com legendas levemente modificadas de “terras judaicas” para “Israel”, e o último mapa podendo representar qualquer ano desde 2000.



O discurso da perda progressiva de territórios por parte dos palestinos usando o mapa acima, ficou conhecido em 2010, quando Juan Cole, um blogueiro anti-Israel e professor de história, começou a divulgá-lo em diversos artigos. Mas vamos ao que Clemesha diz sobre os mapas:

1º mapa:



O primeiro mapa mostra terras pertencentes à “Israel”, em amarelo, e terras à “Palestina” em verde, em 1946. Clemesha diz:


Esse primeiro mapa mostra em amarelo, as colônias israelenses, ainda sionistas do movimento sionista judaico que trouxe colonos, trouxe imigrantes da Europa pra Palestina. Então foram formando pontos de assentamento no território… Até 46 havia essa realidade.

Em 1o lugar, as legendas dos mapas são erradas,  pois até 1948 não havia o Estado de Israel ainda. Judeus e árabes viviam na Palestina. Os judeus eram chamados de palestinos, e os árabes eram tidos como uma mistura de jordanianos, sírios e libaneses. Colocar Israel versus Palestina implica que havia um “Estado” da Palestina que foi depois tomado por Israel, quando na verdade os territórios são os mesmos, apenas o seu nome mudou, como fizeram os romanos quando trocaram o “Judéia” por “Syria Phalaestina”.

Em 2o lugar, este mapa não tem absolutamente nada a ver com a localização de judeus e árabes na Palestina em 1946. As partes amarelas são propriedades privadas de judeus (compradas) e as partes verdes são uma mistura de propriedades privadas árabes com áreas públicas controladas pelos britânicos (que constituíam pelo menos 50% de todo o território, incluindo o inabitado deserto do Negev). Judeus e árabes viviam em ambas as “cores”, em terras privadas e públicas.

O mapa apresenta uma divisão que passa a ideia de um território governado por árabes e não por britânicos. Seria possível também desenhar um mapa dos árabes versus a Palestina, combinando a terra privada judaica com as terras do governo sob o nome de Palestina. Assim, pareceria que os judeus possuiriam a maior parte da terra na época.

E um último ponto, Clemesha fala em “assentamentos” judaicos na Palestina, passando a ideia de ocupação ilegal (como existe hoje), sem mencionar que árabes provenientes de outros países também formaram assentamentos árabes na Palestina. As terras em amarelo foram compradas por judeus diretamente dos otomanos desde a 1a metade do século XIX.

2º mapa:

O segundo mapa apenas mostra o plano de partilha da ONU, de 1947, que foi rejeitado por toda a Liga Árabe e, portanto, nunca entrou em vigor. Clemesha diz:

Em 47, a ONU votou a partilha da Palestina na medida em que existia um conflito na região. Votou-se a partilha, o território verde, designado pra criação de um Estado árabe-palestino, e o território amarelo, designado pra criação de um Estado judeu, e Jerusalém seria uma zona administrada pela ONU, pela importância pras três religiões monoteístas.

Clemesha passa uma informação FALSA ao falar em Estado árabe-palestino. Naquela época, não existia o conceito de “palestino” atrelado somente a árabes. A ONU nunca falou em Estado árabe-palestino ou Estado palestino, apenas em Estado árabe. Vejam esta passagem da Resolução 181, e entendam que judeus e árabes eram tidos como palestinos, residentes da Palestina:


Trad.: “1. Cidadania. Cidadãos palestinos residindo na Palestina fora da cidade de Jerusalém, bem como árabes e judeus que, sem cidadania palestina, residem na Palestina fora da cidade de Jerusalém, devem, após o reconhecimento da independência, tornar-se cidadãos do Estado em que residem e desfrutar de plenos direitos civis e políticos.”
O Plano de Partilha ganhou a forma que ganhou porque as cidades e aldeias judaicas estavam espalhadas por toda a Palestina e seu alto padrão de vida atraiu grandes porções de população árabe. Reconhecendo que o Estado judaico precisaria abrigar a maioria da população da Palestina (a maioria dos judeus e parte dos árabes), a partilha alocou 54% do território para isso. O restante formaria o Estado árabe. Os limites foram baseados exclusivamente em dados demográficos: O Estado judeu deveria ser composto por 538.000 judeus e 397.000 árabes, e o Estado árabe por 804.000 árabes e 10.000 judeus. 

Sobre Jerusalém internacionalizada, Willian comenta:

Mas isso não aconteceu… só no papel. Quem administrou mesmo foi Israel.

Clemesha dá a sua explicação:

Claro, porque em seguida, final de 47 começa uma guerra civil. Em 48, começa a guerra árabe-israelense. Com essa guerra Israel expandiu seu território pra todo esse amarelo. Então isso aqui nunca saiu do papel, o que aconteceu foi essa realidade em que o recém-criado, Israel se funda nesse momento conquistando 78% do território da Palestina histórica. E jerusalém ficou exatamente aqui, dividida ao meio. 

Quantas informações cruciais Clemesha pode esconder para fazer parecer que Israel simplesmente contrariou o Plano da ONU e tomou não só Jerusalém como a “maioria” da Palestina para si e sem motivos?

Israel não se fundou após a guerra, com a conquista de territórios, mas antes e respeitando as fronteiras do Plano de Partilha (ou seja, Jerusalém internacionalizada). E a guerra árabe-israelense não começou do nada. No dia seguinte à declaração de independência, o novo país foi atacado pelo Egito, Síria, Iraque, Transjordânia, Líbano e Arábia Saudita.

No final, apesar da desvantagem em números e em armas, Israel ganha a guerra e conquista territórios em uma guerra defensiva, incluindo Jerusalém.

A Jordânia que veio ao socorro dos palestinos, estacionou suas tropas e conseguiu defender Jerusalém oriental, onde tá a Cidade Velha, onde estão os monumentos históricos. Então a Jordânia ficou com Jerusalém oriental, administrando ela em nome dos palestinos, a quem pertence os territórios historicamente, e Jerusalém ocidental israelense.

FALSAS, Clemesha passa apenas informações FALSAS. A Jordânia (na época ainda Transjordânia) não atacou Israel nem para socorrer palestinos nem para defender Jerusalém oriental, ou Jerusalém inteira. Assim como os outros países árabes, a Jordânia atacou Israel após a sua fundação com o intuito de exterminar os judeus e seu país como um todo.

Jamal Husseini, o porta-voz da Liga Árabe, já havia dito à ONU antes da partilha, que os árabes molhariam “o solo de nosso amado país com a última gota de nosso sangue.” Após os países árabes atacarem Israel, Abd al-Rahman Azzam Pasha, secretário-geral da Liga Árabe afirmou: “Será uma guerra de aniquilação. Será um importante massacre na história que será lembrado como os Massacres dos Mongóis ou as Cruzadas”.

A Jordânia não “defendeu” Jerusalém oriental, ela apenas estava parada no meio da cidade quando houve um cessar-fogo e posterior assinatura dos Acordos de Armistício em 1949. Os acordos declararam que Israel e Jordânia dividiriam geograficamente Jerusalém, por tempo provisório (sem constituir fronteiras políticas ou territoriais), e trabalhariam juntos para o reinício do funcionamento de instituições, acesso ao cemitério judaico no Monte das Oliveiras (onde os judeus enterraram seus falecidos por mais de 2.500 anos), e lugares sagrados.

Mas a Jordânia violou o acordo, e bloqueou e isolou o leste de Jerusalém com arame farpado e muros de concreto. Os judeus que ali viviam foram mortos ou expulsos, e o acesso aos locais sagrados foi negado a toda a população do lado israelense (inclusive árabes), contrariando os termos do armistício.

Se o intuito da Jordânia era administrar a região em nome dos “palestinos” e se esses “palestinos” tinham direito à região, como afirma Clemesha, por que a Jordânia proibiu que os árabes do lado de fora das linhas do armistício entrassem em Jerusalém oriental e Cisjordânia? Porque o intuito da Jordânia não era proteger os árabes da Palestina ou seus direitos – vide a falta de interesse em criar um Estado para eles quando justamente as terras estavam sob controle árabe -, mas manter um estado de guerra com Israel.

3º mapa:


O terceiro mapa mostraria a região após a primeira guerra Árabe-Israelense, colocando a Cisjordânia e a Faixa de Gaza sob soberania palestina até 1967. Isto nunca ocorreu, pois neste período Jordânia e Egito tomaram o controle militar destas regiões. Clemesha continua:


A ONU reconheceu exatamente isso, essa divisão de Jerusalém entre árabes-palestinos e israelenses nesse momento porque houve um armistício em 49, e a situação concreta ficou como sendo essa.

A ONU não reconheceu especificamente soberanias sobre Jerusalém, mas apenas supervisionou o acordo entre os dois países e aceitou as linhas de armistício.

E agora vem o Trump… – diz Willian.

Aqui Willian faz parecer que Trump veio para desfazer à força um acordo feito em 1949…Mas eis que falta comentar sobre a Guerra de 1967, o que Clemesha não consegue fazer de forma ética e profissional.

Porque em 67, o que aconteceu foi que Israel invadiu a Cisjordânia, toda essa parte, a Faixa de Gaza, as Colinas do Golã da Síria, e também o Sinai que já foi devolvido pro Egito… Invadiu essas regiões e manteve essa ocupação da Faixa de Gaza, Cisjordânia, Sinai… e Jerusalém leste, árabe-palestino, foi não só ocupada como anexada.

Não, Israel não invadiu a Cisjordânia ou as outras partes. Israel tomou estas terras em um ato defensivo, incluindo Jerusalém leste jordaniano.

Em 1967, as nações árabes tentaram eliminar Israel novamente: desta vez a guerra começou com uma escalada complexa que incluiu um casus belli inicial (atos de guerra) pelo Egito e um ataque preventivo de Israel contra a força aérea egípcia. No entanto, o objetivo das nações árabes combatentes (Egito, Jordânia, Síria) e das outras nações que apoiavam a campanha (Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Argélia) foi o mesmo que em 1948: a destruição total de Israel.

A Jordânia resolveu se juntar ao Egito na guerra contra Israel, apesar de Israel emitir um comunicado claro dizendo que não atacaria aquele lado se a Jordânia ficasse de fora. Mas o descaso do país árabe seguido de intenso bombardeio de alvos israelenses levou à entrada de Israel na Cisjordânia e parte oriental de Jerusalém, derrubando as barreiras e reunificando a cidade.

Israel declarou a anexação de Jerusalém oriental, declarou que jamais devolveria Jerusalém oriental, e essa anexação não foi reconhecida pela ONU. Essa anexação foi considerada ilegal pela ONU, e na medida em que foi assim, nenhum país no mundo mantém sua embaixada em Jerusalém pra não reconhecer um ato que é tido como ilegal pela comunidade internacional, pela lei internacional.

A ONU não reconheceu a anexação de Jerusalém oriental em 1980, mas antes disso, ao fim da Guerra de 1967, a ONU emitiu a Resolução 242, que exigiu essencialmente duas coisas:

  • a retirada israelense dos “territórios ocupados”.
  • que todos os Estados envolvidos terminassem a sua beligerância e respeitassem as fronteiras uns dos outros.


O contexto da resolução deixou claro que a “retirada de territórios” não significava todos os territórios, mas retirada apenas na medida em que fosse necessário criar uma situação segura para todas as partes. Israel aceitou a resolução. A Organização de Libertação da Palestina (recém-criada) rejeitou a resolução e os Estados árabes retomaram suas tentativas de aniquilar Israel pouco depois, mais dramaticamente, na Guerra de Yom Kippur de 1973.

“4º mapa” ou HOJE:


E aí o Trump vem agora e muda, ou pelo menos reconhece Jerusalém como a capital… – diz Willian.


…Nenhum problema haveria se, havendo um acordo de paz, Israel declarasse Jerusalém ocidental a sua capital, e a Palestina pudesse declarar Jerusalém oriental a sua capital. Nenhum problema, porque afinal de contas essa cidade foi dividida e esse status foi reconhecido.

O problema é que como existe um ato de posse forçosa, ou seja, como existe um ato de conquista de Israel de uma metade que não é dela, então não se aceita que ela declare essa capital, essa cidade unificada como sendo a sua capital toda ela. (…)

Se algum lado tomou posse forçosamente, este lado foi a Jordânia em 1948. Israel conquistou terras em atos defensivos tanto em 1948, quanto em 1967, em guerras que ela não começou.

O quarto e último mapa mostraria a situação hoje como tendo resquícios da ocupação israelense em territórios da Palestina desde 1967. Na realidade, na Cisjordânia, as áreas verdes são as controladas pela Autoridade Palestina, e as que mudaram de verde para amarelo não são somente assentamentos israelenses, mas também áreas onde Israel mantém controle de segurança segundo acordos prévios.

As pequenas áreas verdes foram as primeiras a serem concedidas para um autogoverno verdadeiramente palestino, por Israel diretamente a Yasser Arafat e seus sucessores.

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Estes mapas são amplamente utilizados até os dias de hoje em campanhas pró-palestinas. O discurso da perda territorial palestina abordada desta maneira confere ao último mapa um contexto deturpado, embora carregue uma representação precisa das soberanias israelense e palestina. Os três primeiros mapas foram intencionalmente organizados para passar a imagem de uma expropriação progressiva de terras palestinas por parte dos judeus e, posteriormente, Israel, ignorando governos, guerras e tomada de controle de terras ocorridos na história anteriormente.

A disseminação desses mapas ajuda somente a estabelecer a hegemonia da imagem dos palestinos como única vítima da história.

É vergonhoso que um veículo de notícias como o Jornal da Cultura utilize estes mapas, e ainda convide uma professora completamente parcial para explicar um assunto tão complexo. O público merece muito mais ética e profissionalismo de jornalistas.




domingo, 7 de maio de 2017

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Enterrando um antissemita.


Recentemente um amigo de Facebook, respondeu a um post antissemita. A resposta foi tao contundente e avassaladora que achei interessante mantê-la como uma referência futura e poder ser usada em respostas a muitos posts nazistas que encontramos por ai.

Segue a resposta de Marcos L. Susskind em 17 de Abril de 2017 :

O Sr. Sergio Ramos ( e nao Reis) me respondeu um monte de bobagens, do qual o primeiro pagrafo segue abaixo: (erros de escrita são dele)

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nao sou anti semita,voçes usam esse argumento para fazer atrocidades com o povo palestino assim como os nazistas fizeram com voçes,nao odeio inclusive admiro pellos feitos que conseguiram
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Eis minha resposta a ele:

Sr. Ramos, ainda que não queira admitir, sua posição é absolutamente antisemita. Tenho muitos amigos Judeus me remete a tenho muitos amigos negros, tenho.muitos amigos homossexuais, tenho, muitos amigos etc - a desculpa universal dos racistas, dos fascistas, dos imbecis.

Não me interessa quem são seus amigos, suas opiniões tanto no primeiro como post como nos acima segue sendo antisemita sim senhor - e se o senhor não consegue perceber, então o problema é mais difícil de ser sanado!

Gostaria que você enumerasse as tais "atrocidades contra o.povo palestino" iguais às dos nazistas.


  • Onde estão os campos de extermínio? 
  • Onde estão os trens de transporte? 
  • Quantos palestinos foram expulsos de universidades em Israel? 
  • Quantos palestinos foram impedidos de exercer sua profissão? 
  • Quantos judeus foram mortos por serem casados com palestinos (os nazistas matavam arianos que se unissem a Judeus, sabia?) 

Na verdade, SR. Ramos, o Sr repete chavões disseminados sem qualquer base na realidade, mentiras deslavadas e ainda pior, acredita nelas.

Sou Brasileiro vivendo em Israel. O médico que operou a mão de minha esposa é um Palestino, chefe da ortopedia no Hospital Ichilov de Tel Aviv. Eu o desafio a me apontar um único médico Judeu chefe de departamento em qualquer país árabe.

Em Israel apenas farmaceuticos formados em universidade podem atender em farmácia. Aqui na cidade onde moro, Holon, praticamente não residem árabes- mas 4 dos 6 farmacêuticos da Super Farm, a maior farmácia da cidade, são árabes palestinos- um dos quais é gerente.

Na Suprema Corte de Israel, onde só 14 juízes chegaram, um é Salim Jubran, árabe muçulmano. Palestino. Onde há um Judeu no Supremo de qualquer país árabe, por favor?

Nada é mais imbecil que sua colocação, de que judeus tratam palestinos como foram tratados pelos nazistas.

Aqui há um parlamento com 120 membros (bem menos que os 594 do Brasil). 

A seguir uma lista que você PRECISA LER;

*Árabes membros do Parlamento*
  • Hamad Amar
  • Taleb Abu Arar
  • Juma Azbarga
  • Zouheir Bahloul]
  • Issawi Frej
  • Mas'oud Ghnaim
  • Akram Hasson
  • Yousef Jabareen
  • Ayoob Kara (Vice Presidente do Parlamento)
  • Abdullah Abu Ma'aruf
  • Ayman Odeh
  • Ahmad Tibi
  • Osama Saadi
  • Aida Touma-Suleiman
  • Abd al-Hakim Hajj Yahya
  • Jamal Zahalka
  • Haneen Zoabi 
Por favor me apresente a lista de Judeus no Parlamento Palestino.

AQUI VAI UM ARGUMENTO QUE EXIJO RESPOSTA, SE VOCÊ FOR REALMENTE INTEGRO:

Não existe em Israel NENHUMA LEI que proíba a qualquer cidadão árabe de residir onde bem entenda. No entanto, nos territórios sob domínio Palestino- tanto em Gaza (Hamas) como na Margem Ocidental (PLO) é absolutamente proibido POR LEI a residência de Judeus. Além disso, o Árabe que vender terras a Judeu é considerado CRIMINOSO - independente do tamanho do lote ( e os lotes começam a partir de 70 m2). Quem é mesmo nazista? Quem é mesmo racista? 

Creio que você não sabia destes fatos; se isto for correto você é apenas um inocente útil e ignorante.

Se você sim sabia destes fatos, então você é apenas um farsante mal intencionado, racista e idiota.

sábado, 11 de junho de 2016

AS MENTIRAS “VERDADEIRAS”

Por: Moshe Rosenblatt de Hedera

Ha quase 40 anos, o famoso humorista brasileiro Millôr Fernandes, escreveu:
“Uma inverdade, apanhada na hora, é uma mentira deslavada. Um ano depois, porém, pode ser apenas outra faceta da verdade. Se resistir dentro de dez anos, será um dos raptos de imaginação da pessoa que a pronunciou. Um século depois já ninguém se lembrará quem a disse e será parte e fundamento do folclore. Com o passar dos tempos, mais e mais anos sedimentarão a mentira e ela se transformará em fantasia, em canto, em criação geral, em história cíclica, em ode, em épico, em conceito geral de eternidade filosófica.” (O PIF-PAF / O CRUZEIRO – 1962).
Esse trecho humorístico é, na verdade, um fato verdadeiro na história da civilização. Um bom, e muito atual exemplo disso, é a continua alegação dos palestinos, que Israel é um país invasor, conquistador, que lhes tomou as terras por força etc.
Refiro-me aos territórios da Judeia e Samaria (chamados de Cisjordânia) e a faixa de Gaza. Os três territórios são chamados de “Yesha” (em hebraico) e caíram nas mãos de Israel quando o Egito, a Síria e a Jordânia tentaram destruir o Estado de Israel em 1967, e Israel venceu a guerra num ataque-relâmpago que durou apenas 6 dias.
Desde então, os árabes em geral, e os palestinos em particular, vêm afirmando que esses territórios são zonas ocupadas, conquistadas e que Israel não tem o direito de construir lá cidades e aldeias. Ao contrário – eles alegam - Israel tem que sair dessas terras de imediato!
Essas afirmações são exatamente o exemplo de uma mentira que, de acordo com o trecho acima de Millôr Fernandes, se tornou um conceito geral, uma história cíclica, uma ode, um épico.
Para entender o porquê, precisamos voltar no tempo, numa conferência que ocorreu há pouco mais de 90 anos, em San Remo. Em 1920, poucos anos após o fim da Primeira Guerra Mundial, ainda não havia a ONU (Organização das Nações Unidas). As nações do mundo eram representadas pela LN (Liga das Nações). Foi na conferência da LN em San Remo, que os países árabes do Oriente Médio, receberam soberania e domínio de terras, dentro das fronteiras conhecidas hoje em dia (Egito, Síria, Iraque, Líbano).


O território onde hoje é o Estado de Israel – INCLUINDO YESHA – foi dado temporariamente à Inglaterra. Isso é o que foi chamado: o "Mandato Britânico”.
No paragrafo 6 das decisões da Conferência de San Remo, a Liga das Nações decidiu impor a Inglaterra que facilitasse a imigração de JUDEUS e encorajasse a colonização de JUDEUS em toda a área do Mandato Britânico, o que inclui Yesha (a ênfase na citação abaixo, é minha):
Article 6.
The Administration of Palestine, while ensuring that the rights and position of other sections of the population are not prejudiced, shall facilitate Jewish immigration under suitable conditions and shall encourage, in co-operation with the Jewish agency referred to in Article 4, close settlement by Jews on the land, including State lands and waste lands not required for public purposes.
Por mais incrível que pareça, essa foi a única decisão tomada até hoje (no conflito palestino-israelense) pelas nações do mundo inteiro, considerada como “Enforceable Decision” ou seja, “decisão que tem que se fazer cumprir, pôr em vigor.”
O artigo 5 foi ainda mais longe, não permitindo que toda a região ou parte dela fosse entregue ao domínio de outros quaisquer:
Article 5.
The Mandatory shall be responsible for seeing that no Palestine territory shall be ceded or leased to, or in any way placed under the control of, the Government of any foreign Power.
Não há absolutamente nada na decisão do Mandato Britânico, que separe Yesha do resto do território do Mandato. Isso significa que o direito dos judeus era de se estabelecerem em toda a região do Mandato.
O Mandato Britânico incluía também, a região que veio a se tornar a Jordânia. O parágrafo 25 das decisões de San Remo não proibiu o estabelecimento de judeus lá também, mas permitiu “o adiamento ou retenção do estabelecimento judeu na parte oriental do rio Jordão”.
Com a dispersão da Liga das Nações, o direito dos judeus de se estabelecerem em toda a região do Mandato Britânico, não foi alterado em nada. Isso, porque, quando a Organização das Nações Unidas foi criada em 1946, ficou decidido (parágrafo 80, capítulo 12, da “Carta das Nações Unidas”) que “todos os Mandatos (inclusive o Britânico), continuariam a existir e que nada deveria ser interpretado ou explicado de forma a modificar os direitos existentes de qualquer povo ou os termos dos instrumentos internacionais existentes dos quais, os membros das Nações Unidas fazem parte”.
Em novembro de 1947, sob a presidência do brasileiro Oswaldo Aranha, a ONU adotou a decisão 181, dividindo a área do Mandato Britânico em duas partes: uma para os árabes da região e outra para os judeus.
Se essa decisão, fosse implementada, poderia se dizer que anularia a decisão da Conferência de San Remo. No entanto, apesar de os judeus terem aceito a decisão da partilha, não só os árabes não a aceitaram, mas, em contradição a Carta da ONU, 7 países árabes infringiram um ataque ao recém nascido Estado de Israel, invalidando assim, a decisão da partilha. Foi uma guerra demorada, no fim da qual, os árabes se apossaram de Yesha e se estabeleceram lá, construindo aldeias e cidades numa região previamente destinada aos judeus, pela Liga das Nações e pela Organização das Nações Unidas.
As decisões tomadas pela ONU e pelo Conselho de Segurança da ONU, em relação a conflitos entre povos/países, são de dois tipos: decisões baseadas no Capitulo 6 da Carta da ONU (que se relaciona a ajuste de conflitos através de negociações. Todas as decisões tomadas na base desse capítulo são consideradas “recommendations” [recomendações] e as partes litigantes não são obrigadas a aceitá-las); e decisões baseadas no Capítulo 7 da Carta da ONU (que permite ao Conselho de Segurança usar a força, se necessário, para implementar a decisão).
Nenhuma das decisões tomadas na ONU em relação ao conflito entre palestinos e israelenses, foram baseadas no Capitulo 7. É exatamente por isso que a ONU nunca usou força para obrigar os dois povos a implementarem decisões. As conhecidas resoluções 242 e 338 também foram apenas “recomendações”.
Por outro lado, a decisão tomada na ONU contra o Iraque, exigindo a saída deles do território do Kuwait, em 1990, foi uma resolução baseada no Capitulo 7 e, por isso, usaram a força para tirar o Iraque de lá, há 10 anos.
Na ausência de resoluções do tipo “enforceable decisions”, a única decisão desse tipo, continua a ser aquela da Conferência de San Remo que obrigava a Inglaterra a implementar e encorajar o estabelecimento de judeus em TODA a área do Mandato Britânico.
O significado de tudo isso, é que, quando os judeus hoje em dia, constroem cidades e aldeias em Yesha, eles não estão construindo em “territórios ocupados”.
Muitos podem dizer: “Mas essa decisão foi tomada em 24 de Abril de 1920! Lá se foram 96 anos!!! Muita coisa mudou entrementes.”
Se vocês querem modificar de novo as fronteiras do Estado de Israel, lembrem-se que, nessa mesma conferência, os países árabes vizinhos, receberam a soberania dos territórios deles.” Ou seja, se vamos discutir de novo sobre as fronteiras de Israel, por que não discutir novamente sobre as fronteiras do Egito, da Síria, do Iraque, do Líbano e da Jordânia???!!! O mínimo que podemos exigir é RECIPROCIDADE!

Com o passar de 96 anos, todos já se esqueceram da Conferência de San Remo e a mentira dos “territórios ocupados”, de tal modo virou “fantasia, canto, ode, épico”. E, por mais incrível que pareça, não só os líderes americanos começaram a acreditar nela mas, até mesmo os lideres de Israel!!!
O que Millôr Fernandes escreveu com muito humor, provou ser a pura verdade. Infelizmente!