terça-feira, 29 de abril de 2014

domingo, 13 de abril de 2014

segunda-feira, 7 de abril de 2014

quarta-feira, 2 de abril de 2014

ISRAEL E O "APARTHEID"

Nenhum de nós desata o nó górdio; todos nós ou desistimos ou o cortamos.


Por José Carmo


Volto a um dos meus assuntos favoritos.

Na semana passada decorreu, no território do novo antissemitismo (os campus universitários de certos países ocidentais), a “Semana do apartheid”.

O alvo é, como habitual, o judeu do sistema internacional, Israel. Este tipo de festival de ódio ao judeu inscreve-se numa campanha mais vasta de deslegitimação que teve o seu tiro de partida na tristemente famosa conferência de Durbam (2001).

Garantia o bom Goebbels que uma mentira muitas vezes repetida passa a ser verdade para a maioria das pessoas.

Isto é verdade...e é a razão pela qual o PCP, por exemplo, insiste no uso de certos bordões como “Pacto de Agressão”, “política patriótica de esquerda”, “políticas de direita”, etc.

No caso de Israel, os ativistas “antissionistas”, bem ensinados nas questões da novilíngua, colam a Israel e às suas políticas, constante e deliberadamente chavões como “nazi-sionista”, “apartheid”, etc. E as pessoas normais vão aos poucos acreditando.

Por exemplo, a barreira de segurança, que Israel construiu para deter uma sangrenta vaga de atentados à bomba em cidades israelenses, passou a designar-se, nestes meios como “muro do apartheid”.

Ora nas fronteiras reconhecidas de Israel vivem 1,5 milhões de árabes, absolutamente iguais em direitos e deveres. Participam em eleições, elegem e são eleitos, são funcionários, militares, deputados, juízes do Supremo,(por exemplo, foi um juiz árabe que condenou o Presidente israelense Katsav) , etc.
Não há equipamentos separados, escolas separadas, ônibus separados, praias separadas, enfim , nada, absolutamente nada do que definia o apartheid que era, como todos sabem, aplicado aos negros na Africa do Sul.
Na verdade, este tipo de segregação,mas contra os judeus, existe sim, em quase todos os países muçulmanos. Os ativistas sabem disto, mas o que lhes interessa é fazer recair sobre Israel um odio conhecido.

Nos territórios em disputa (Judeia e Samaria), as coisas são algo mais complexas. Estes territórios pertenciam à Jordânia até serem conquistados por Israel numa guerra defensiva (Israel foi atacado pela Jordânia a partir daqueles territórios, contra-atacou e apoderou-se deles). Embora já por várias vezes os tenha querido entregar, tal como entregou o Sinai e Gaza, até agora não foi possível alcançar uma solução satisfatória sobre o traçado das fronteiras. Obviamente, quem habita estes territórios em disputa, não é cidadão de Israel, e existe até uma Autoridade Palestina com um razoável grau de autonomia.

No cerne da mentira do apartheid está a ideia de que Israel pode unilateralmente resolver o conflito israelense-árabe, num passe de mágica, um, digamos, momento F.W de Klerk (que acabou com o apartheid num simples discurso).

Ora isso não é possível. Israel se retirou unilateralmente de Gaza e no dia seguinte já era atingido por rockets e morteiros a partir de lá. A única coisa que Israel pode fazer é facilitar um Estado palestino na Margem Ocidental, mas para isso é necessário negociar fronteiras e garantias de segurança. É mais que óbvio que Israel jamais aceitará a instalação, agora a leste, de mais uma plataforma de lançamento de mísseis, granadas de morteiro e homens bomba suicidas.

Ou seja é preciso negociar. Exigir e ceder, alcançar um acordo que satisfaça ambas as partes. Se constituir um Estado Palestino fosse tarefa fácil, já tinha sido feito entre 1948 e 1967, quando essas terras estavam na posse dos árabes. Se fosse fácil, Arafat não tinha recusado acordos leoninos com Barak, Sharon e Olmert, acordos que lhe davam quase tudo o que exigia.

Goebbels deve esfregar as mãos de felicidade. As mentiras antissionistas são tantas e tão repetidas, que a maioria das pessoas, mesmo as bem intencionadas, são levada a acreditar que a culpa é de Israel, do seu “nazi-sionismo” e “apartheid”, como se os árabes nada tivessem a ver com o assunto, como se fossem as vítimas.
Ora como Israel não pode acabar com um apartheid que não existe, nem pode cometer suicídio, então a culpa é dele, por não haver paz. O círculo fecha-se e volta ao inicio: os judeus ameaçam a paz, se os judeus não existissem, tudo seria melhor e se não desistem de ser o que são, são culpados e devem ser perseguidos.
E é nesta apoteótica conclusão que Goebbels se reencontra com aqueles que hoje usam as suas técnicas, os ativistas da “causa palestina”. Que, de resto, não estão nem ai para os palestinos. O seu alvo é apenas o Judeu.

No fundo, nada de novo...o líder dos árabes da Palestina, o Mufti de Jerusalém, condenado em Nuremberg, tinha escritório em Berlim e colaborou com o Tio Adolfo na “solução final do problema judaico”.

O alvo é sempre o mesmo!