Nenhum de nós desata o nó górdio; todos nós ou desistimos ou o cortamos.
Por José Carmo
Volto a um dos meus assuntos
favoritos.
Na semana passada decorreu, no
território do novo antissemitismo (os campus universitários de certos países
ocidentais), a “Semana do apartheid”.
O alvo é, como habitual, o judeu do
sistema internacional, Israel. Este tipo de festival de ódio ao judeu inscreve-se
numa campanha mais vasta de deslegitimação que teve o seu tiro de
partida na tristemente famosa conferência de Durbam (2001).
Garantia o bom Goebbels que uma
mentira muitas vezes repetida passa a ser verdade para a maioria das pessoas.
Isto é verdade...e é a razão pela
qual o PCP, por exemplo, insiste no uso de certos bordões como “Pacto de
Agressão”, “política patriótica de esquerda”, “políticas de direita”, etc.
No caso de Israel, os ativistas
“antissionistas”, bem ensinados nas questões da novilíngua, colam a Israel e às
suas políticas, constante e deliberadamente chavões como “nazi-sionista”,
“apartheid”, etc. E as pessoas normais vão aos poucos acreditando.
Por exemplo, a barreira de segurança,
que Israel construiu para deter uma sangrenta vaga de atentados à bomba em
cidades israelenses, passou a designar-se, nestes meios como “muro do
apartheid”.
Ora nas fronteiras reconhecidas de Israel vivem 1,5
milhões de árabes, absolutamente iguais em direitos e deveres. Participam em
eleições, elegem e são eleitos, são funcionários, militares, deputados, juízes
do Supremo,(por exemplo, foi um juiz árabe que condenou o Presidente israelense
Katsav) , etc.
Não há equipamentos separados, escolas
separadas, ônibus separados, praias separadas, enfim , nada,
absolutamente nada do que definia o apartheid que era, como todos sabem,
aplicado aos negros na Africa do Sul.
Na verdade, este tipo de
segregação,mas contra os judeus, existe sim, em quase todos os países
muçulmanos. Os ativistas sabem disto, mas o que lhes interessa é fazer
recair sobre Israel um odio conhecido.
Nos territórios em disputa (Judeia e
Samaria), as coisas são algo mais complexas. Estes territórios pertenciam
à Jordânia até serem conquistados por Israel numa guerra defensiva (Israel foi
atacado pela Jordânia a partir daqueles territórios, contra-atacou e
apoderou-se deles). Embora já por várias vezes os tenha querido entregar,
tal como entregou o Sinai e Gaza, até agora não foi possível alcançar uma
solução satisfatória sobre o traçado das fronteiras. Obviamente, quem habita
estes territórios em disputa, não é cidadão de Israel, e existe até uma
Autoridade Palestina com um razoável grau de autonomia.
No cerne da mentira do apartheid está
a ideia de que Israel pode unilateralmente resolver o conflito
israelense-árabe, num passe de mágica, um, digamos, momento F.W de Klerk (que
acabou com o apartheid num simples discurso).
Ora isso não é possível. Israel se
retirou unilateralmente de Gaza e no dia seguinte já era atingido por rockets e
morteiros a partir de lá. A única coisa que Israel pode fazer é facilitar
um Estado palestino na Margem Ocidental, mas para isso é necessário negociar
fronteiras e garantias de segurança. É mais que óbvio que Israel jamais
aceitará a instalação, agora a leste, de mais uma plataforma de lançamento de
mísseis, granadas de morteiro e homens bomba suicidas.
Ou seja é preciso negociar. Exigir e
ceder, alcançar um acordo que satisfaça ambas as partes. Se constituir um
Estado Palestino fosse tarefa fácil, já tinha sido feito entre 1948 e 1967,
quando essas terras estavam na posse dos árabes. Se fosse fácil, Arafat
não tinha recusado acordos leoninos com Barak, Sharon e Olmert, acordos que lhe
davam quase tudo o que exigia.
Goebbels deve esfregar as mãos de felicidade. As
mentiras antissionistas são tantas e tão repetidas, que a maioria das pessoas,
mesmo as bem intencionadas, são levada a acreditar que a culpa é de Israel, do
seu “nazi-sionismo” e “apartheid”, como se os árabes nada tivessem a ver com o
assunto, como se fossem as vítimas.
Ora como Israel não pode acabar com um apartheid
que não existe, nem pode cometer suicídio, então a culpa é dele, por
não haver paz. O círculo fecha-se e volta ao inicio: os judeus ameaçam a
paz, se os judeus não existissem, tudo seria melhor e se não desistem de ser o
que são, são culpados e devem ser perseguidos.
E é nesta apoteótica conclusão que
Goebbels se reencontra com aqueles que hoje usam as suas técnicas, os ativistas
da “causa palestina”. Que, de resto, não estão nem ai para os palestinos. O seu
alvo é apenas o Judeu.
No fundo, nada de novo...o líder dos árabes da Palestina, o Mufti de Jerusalém, condenado em Nuremberg, tinha escritório em Berlim e colaborou com o Tio Adolfo na “solução final do problema judaico”.
O alvo é sempre o mesmo!
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