terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Propaganda enganosa, ausência de escrúpulos e ódio perene

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por Herman Glanz –

Quando a França socialista de François Hollande invadiu o Mali, antiga colônia francesa, para “não permitir a presença de um Estado terrorista nas portas da Europa”, mereceu todo apoio da mídia de casa e do mundo em geral. Mas, como já falamos em comentário de um mês atrás, e circula pela internet, a mesma mídia protesta contra Israel quando se defende de um Estado terrorista na Faixa de Gaza, que ataca Israel constantemente. E Paris está a mais de 6.000 km do Mali, enquanto Gaza fica a somente, somente, 1km de Israel.
Mereceria o mesmo tratamento da mídia se se tratasse da presença de tropas americanas, ou inglesas, ou outras do Ocidente? O que se observa é que vem ocorrendo uma propaganda enganosa e ausência de escrúpulos demonstrando um ódio incrustado pela esquerda contra os americanos, ingleses, espanhóis não socialistas, uma Guerra Fria que nunca acaba, e um ódio perene contra Israel, uma forma de disfarçar o velho antissemitismo que ainda grassa no mundo, neste caso unindo esquerda e direita.
A França foi ao Mali para garantir a sua parte no petróleo que se explora naquele país africano, onde divide a exploração com os russos e ingleses, coisa que ninguém fala. Mais ainda, a França quer impedir que os terroristas islâmicos se espalhem para a vizinha Nigéria, de onde a França extrai o urânio, das minas de Azelik e Arlit, urânio que abastece as centrais nucleares francesas, que consomem 10.500 toneladas de urânio, por ano.
Uma lâmpada na França, em cada três, é alimentada por energia nuclear, com urânio da Nigéria. E a Nigéria concentra 7,5% do urânio do mundo. Diferentemente do Brasil, os socialistas franceses apoiam seu país na busca do urânio da África, até pela força. Aqui se deixam enterradas em reservas, áreas de urânio conhecidas, que representam 90% do urânio do mundo. Os americanos ajudam a França, assim como os russos, enviando alguns aviões de transporte de tropas e armamento.
Outro fato que merece ser destacado é que a Rússia vende armas para a Síria e para o Irã, apesar dos embargos do Conselho de Segurança da ONU. Fonte militar russa, segundo a Síria, informa que enviou baterias anti-mísseis Panzer C-1, de grande precisão e alcance de altitudes de 20 km. A fonte russa declarou que a remessa obedeceu o contrato entre os dois países, usando a via marítima.
A participação russa na guerra da Síria, que já dura dois anos, e é quem ainda sustenta o Presidente Assad, não recebe críticas da mídia por se imiscuir nos negócios de outro país. Por outro lado, o Irã acusa Israel do assassinato do General iraniano, Hassan Shateri, da Guarda Revolucionária, numa emboscada perto de Damasco. O jornal Asharq Alawsat, de Londres, diz que acusar Israel é a praxe. O Irã está apreensivo, pois demonstra grande conhecimento dos movimentos iranianos, o que significa grande penetração dos serviços de inteligência, pois o general estava preparando contingentes de iranianos e do Hizbollah, com 5.000 homens cada, para defender Assad e também criar um Estado do Hizbollah dentro do Líbano, com a construção de shoppings, bancos e hotéis.
A participação de forças do Irã na Síria, que fica evidente com esse caso de assassinato, não é criticada pela mídia nem pela esquerda, que vociferaria contra se se tratasse de ocidentais. Também um comboio de dezenas de veículos iranianos foi atacado e destruído na vila de Rutba, oeste do Iraque, não saindo críticas pela mídia. Irã pode.
Outro fato que desaparece das informações da mídia é que a Rússia é um dos grandes fornecedores de petróleo para a Europa e a China, com oleodutos para todos os lados, ocupando o segundo lugar, em seguida à Arábia Saudita. Mas todo mundo fala do petróleo do Oriente Médio e ninguém cita a Rússia, que passa incólume nos protestos contra a presença de potências do Ocidente no Golfo Pérsico. Parece que a Rússia ainda vive dos tempos do comunismo.
Enquanto a mídia silencia sobre os fatos de que tratamos, insistem no levantamento do bloqueio israelense à Faixa de Gaza, sem dizer que, só na primeira semana deste mês, como ocorre a cada semana, 50.000 toneladas de mercadorias passaram de Israel para Gaza, dentre elas 363 caminhões de alimentos, 626 caminhões de materiais de construção e 31 caminhões de produtos humanitários de primeira necessidade, além de 160.000 litros de gasolina para as centrais elétricas de Gaza. Mas nada é dito.
Mostra-se, assim, o noticiário seletivo, em favor de um lado e contra o outro, indicando uma propaganda enganosa, falta de escrúpulos e perene ódio aos judeus e, por conseguinte, a Israel, aliás, a “entidade sionista”.
E a política americana de substituir ditadores muçulmanos por outros da ala da Irmandade Muçulmana, fez desunir as tribos e grupo locais nos diversos países, que soltos, estão provocando novos atritos na Tunísia, no Egito, no Iraque. Mas ainda não tornou os americanos simpáticos aos novos dirigentes. E depois ainda se fala em concluir a paz com essa gente. Todavia, esse estado de terror está tendo um efeito benéfico: está criando posições de moderação de alguns países árabes, que já se permitem falar de Israel, pelo menos. Já é uma abertura.

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